terça-feira, 2 de março de 2010

Diario de Pernambuco publica matéria sobre a turnê de despedida e fala da mobilização dos fãs

O jornal Diario de Pernambuco trouxe, na edição do último domingo (28), na editoria Viver, uma matéria sobre a turnê de despedida do a-ha. Confira a íntegra logo abaixo.

"Uma das bandas pop de maior sucesso da atualidade". Foi assim que, em 2 de junho de 1991, o Diario de Pernambuco abriu a matéria anunciando o show do grupo A-Ha, que lotaria o ginásio Geraldão naquele domingo. Era a terceira vez que os músicos noruegueses vinham ao Brasil e a primeira no Nordeste. A reportagem fala também do repertório do show: a, então, nova Crying in the rain, Hunting high and low, Take on me, Stay on these roads. Nesses quase 19 anos, o mundo, claro, não parou (para ter uma ideia da passagem de tempo, a manchete do jornal naquele dia foi Arraes fecha com Leonel Brizola e ataca Orestes Quércia e Lula). O A-Ha também não parou.

Nesse meio tempo, os integrantes da banda tiveram um breve hiato, mas lançaram cinco álbuns e fizeram o mesmo número de turnês mundiais. Mesmo assim é provável que muitas daquelas músicas tocadas em 91 sejam repetidas no show do próximo dia 18, no Chevrolet Hall. Não só porque as músicas recentes são bem menos conhecidas, mas porque essa é a Farewell tour, a turnê de despedida do grupo, que vai se encerrar em Oslo, terra natal da banda, com shows nos dias 3 e 4 de dezembro. Todos os ingressos dessas duas apresentações já foram vendidos.

Em entrevista por e-mail, o tecladista do grupo, Magne Furuholmen, parece conformado - e até aliviado - com o fim da carreira. "Tudo chega ao fim. Chegou o tempo de terminar nossa colaboração. Fizemos nosso melhor por 25 anos. É o bastante", escreveu. O fato do A-Ha não ter jamais conseguido o mesmo sucesso do final dos anos 80 também não incomoda. "Nada dura para sempre. Acho saudável que as coisas mudem", disse.

O álbum mais recente do A-Ha, Foot of the mountain, foi lançado sem muito estrondo no ano passado. Mesmo assim conseguiu uma boa vendagem na Europa e ganhou disco de platina na Alemanha. Quase todo composto pelo guitarrista Paul Waaktaar-Savoy, o disco flerta com o pop rock mais atual.

Paul, inclusive, afirmou que uma das faixas, Riding the crest, foi inspirada no trabalho do Arcade Fire. "O sucesso desse álbum foi um presente, uma chance de sairmos por cima. Ele vai ser sempre uma ótima parte da história do A-Ha", comentou Furuholmen.

Fãs se mobilizam para show

Da primeira passagem do A-ha no Recife, o tecladista Magne Furuholmen diz que lembra da interessante combinação de vibes brasileiras e da comida gostosa. A professora Adriana Santana lembra de tudo.

"Eu era muito fã, sabia todas as músicas, acompanhava mesmo. Aquele show foi uma coroação: eles estavam no auge e havia 13 mil pessoas no Geraldão. Cheguei às 15h para ficar bem na frente, mas uma amiga minha passou mal e acabei assistindo de longe", lamenta.

Para não correr o mesmo risco, ela juntou as amigas e garantiu os ingressos da área vip no primeiro dia de vendas. E trancou tudo num cofre. "Depois do perrengue do primeiro show, acho que mereço assistir com tranquilidade dessa vez", ri.

Apesar de ser fã de carteirinha, Adriana não deixa de notar as derrapadas da banda. "Eles se voltaram demais para o lado pop nos últimos anos", critica. "Mas adoro o timbre de Morten Harket", derrete-se, falando do vocalista e galã da banda.

Para Tatiana Toraci o show vai ser um momento de pazes com o passado. "Não fui aoprimeiro show e tenho essa lacuna na minha adolescência. Eu era bailarina neurótica e ficava ensaiando até altas horas da noite. Acabei abrindo mão do show", conta. Tatiana e Adriana acreditam que vão encontrar um público bem diferente daquele que foi ao Geraldão.

"Naquele show, a plateia conhecia as músicas e eram basicamente adolescentes. Acho que dessa vez vai ser diferente porque são pessoas que cresceram com a banda", diz Adriana. O fã Wayne Rodrigues, de apenas 18 anos, acha que não. Ele nem era nascido quando o A-ha passou por aqui, mas conheceu a banda há quatro anos e se apaixonou.

"Musicalmente, eles são muito atuais. O que eu acho é que eles ligam só para fazer gravação e show e não fazem muito marketing. Eles também não se envolvem em polêmicas, então, não aparecem muito na mídia", acredita. No Orkut, fãs se mobilizam para levar balões e lenços brancos para o show. É a despedida para fãs de todas as gerações.

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