quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Clássico absoluto, Scoundrel Days completa 30 anos

Segundo álbum do a-ha vendeu mais de seis milhões de cópias

Scoundrel Days, o segundo álbum do a-ha, completa neste dia 6 de outubro 30 anos de lançamento. Citado pela crítica especializada como um dos melhores trabalhos da banda, o disco repetiu o sucesso do Hunting High and Low, lançado um ano antes, e hoje é um clássico absoluto do pop/rock internacional. O álbum vendeu mais de seis milhões de cópias em todo o mundo (alcançou a segunda posição dos 100 mais vendidos na Europa) e foi disco de platina na Alemanha, Suíça, Reino Unido e Brasil. Emplacou os hits I've Been Losing You, Manhattan Skyline Cry Wolf, que também ganharam videoclipes.

“Em Scoundrel Days, tivemos que aprender um pouco mais, até por isso foi um álbum mais uniforme. Há um espírito nele, um som próprio. Pode soar como um álbum muito típico do período dos anos 80, porém, ao mesmo tempo, não”, declarou Paul no livro The Swing of Things.

O disco começou a ser gravado em fevereiro de 1986, na Inglaterra, quando a banda estava em plena divulgação do Hunting High and Low. Metade do álbum, no entanto, só foi finalizado em junho de 86 na Austrália, onde a banda iniciou a sua primeira turnê mundial. Foi lá onde foram terminadas músicas como I've Been Losing You e Maybe, Maybe. “Nós começamos tudo do zero, escrevendo novas canções, o que foi bom, mas muito estressante”, afirmou Paul na biografia.

Segundo Morten, o Scoundrel Days é o disco que mais lembra as demos da banda. “O álbum inteiro e a própria faixa título têm uma atmosfera e uma excitação muito próprias embutida. É uma canção que faz você se mexer. Teria sido fantástico se fosse possível fazermos dela um single, mesmo que fosse com uma regravação, mas como isso não aconteceu, a explicação é a que fizemos o que tínhamos de fazer”.

Capa do single de I've Been Losing You, lançado em setembro de 86

Para Paul, as cinco primeiras faixas do Scoundrel Days reúnem o que há de melhor no disco. “The Swing of Things era absolutamente a favorita de Morten. De princípio, ele achou a faixa de certa forma bem comercial, mas depois ficou totalmente viciado nela e ela se tornou uma faixa memorável”. A música não se tornou single, mas hoje é uma das preferidas entre os fãs. “Eu acho que The Swing of Things é a canção que tem a melhor letra no álbum”, disse Mags, que também comentou sobre outras faixas do disco na biografia da banda.

“Eu escrevi o riff do refrão de Scoundrel Days no violão do meu avô quando era um adolescente ainda e Paul adicionou a melodia. Ela tinha uma outra melodia nos Bridges, quando ainda a chamávamos pelo título de The Leap e também tinha um refrão totalmente diferente. Paul mudou o refrão mais tarde e eu penso que foi uma das coisas mais geniais que fizemos juntos”, revelou o tecladista.

Em novembro de 2015, ao responder a perguntas formuladas por fãs na página da banda no Facebook, Paul também falou sobre a música. “Scoundrel Days realmente é a junção de duas músicas. O verso veio de uma canção dos Bridges, chamada The Leap, e o refrão veio de uma faixa muito ambiciosa que chamamos de Bergman Suite”, declarou.

Primeiro single do álbum, I've Been Losing You foi a canção que alcançou o maior sucesso na Europa, emplacando a primeira posição na Noruega e a oitava no Reino Unido. “Foi nossa primeira tentativa de produzirmos nós mesmos uma canção importante”, disse Mags.

Capa do single de Manhattan Skyline, lançado em fevereiro de 87

Sobre Manhattan Skyline, o tecladista declarou: “Foi, talvez, uma das mais inspiradas faixas que Paul e eu fizemos. Eu escrevi a parte mais tranquila e Paul escreveu a parte mais agitada, mais rock... Eu pensei que estávamos trabalhando num futuro clássico já no riff de abertura e ok... Ela é atualmente um clássico agora”. A canção foi o quarto e último single do álbum e alcançou o 13ª lugar das paradas inglesas.

Em 2010, o a-ha tocou o Scoundrel Days na íntegra em dois shows memoráveis na Noruega e Inglaterra. As músicas foram executadas em conjunto com a Orquestra Filarmônica de Oslo. No mesmo ano, a banda relançou o álbum em uma versão dupla remasterizada contendo um apanhado de raridades, incluindo versões demo de todas as faixas do disco, além de remixagens e gravações ao vivo da turnê de 86.

Nota: os trechos do livro aqui reproduzidos foram gentilmente traduzidos pelo fã Alexandre Moura da Silva. Muito obrigado!

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